Tuesday, November 14, 2006



a lear vai fechar.
a noticia nao sera exactamente o fecho mas sim a data – Abril 2007.

pessoalmente sinto-me envolvido, a casa nao ‘e indiferente e tenho amigos que nao estarao a passar o melhor dos momentos – Um ABracao Pessoal.

… mas a lear ‘e so' mais um exemplo dum fenomeno muito curioso e interessante.
A mesma funcionaria que compreensivelmente agora se sente revoltada e mesmo injusticada, e’ muito provalvelmente a mesma que entrou ‘a 15 anos atras, a pe’ ou no seu pequeno fiat127 compradinho com muito custo e que hoje saira’ pelo mesmo portao com um qualquer Toyota de topo, pq o marido levou o Audi com ele, comprados ambos com o mesmo ou menor esforco financeiro – a isto alguem chamou de globalizacao.
Os quadros da Lear Portugal levam pra casa os dois lados “incompactiveis” do mesmo fenomeno.

O problema nao sera’ entao um verdadeiro problema, isto pq do ponto de vista de consumidor a coisa agrada-me; o ponto negativo esta’ no lado socio-laboral. E ‘e exactamente aqui q acho q passamos um periodo unico e para o qual nao vejo solucoes!

Os quadros superiores nao serao o problema; amigos altamente qualificados, treinados e rotinados na industria mais competitiva do mundo, criaram um tamanho conhecimento e ritmos de trabalhos, q limparao qualquer concorrencia nas futuras posicoes, quer nacionalmente, quer mesmo internacionalmente;

As solucoes nao as encontro ‘e para a grande maioria da maodeobra directa …
a cultura portuguesa herdada nao foi amiga; desde muito cedo vendeu-lhes a lengalenga do pais pobre e periferico, condenado ‘a maodeobra barata e a funcoes de pouco valor acrescentado, com um estado super paternalista no seu pior figurino, um pai divorciado dos reais problemas da familia, sem imposicao de regras ou paradigmas sustentados, um pai que foi sempre pagando e q no natal dava um presente grande.

Este pai, ou os seus governantes, nao lhes fomentou o vicio do estudo, do saber-mais, do trabalho, da saudavel busca individual de cada um e aguentou-os sempre ou sobre a sua asa ou subsidiando outras asas.
Nesta logica, ‘a 15 anos, a “galinha” Lear disse que nao se importava de pagar a asa direita portuguesa se o paizinho estado paga-se a asa esquerda, sem que ninguem “tivesse vontade” de projectar o futuro, nao fosse a analise mostrar q era industria condenada, … e assim foi … o sonho foi vendido em Portugal e Espanha, e cria-se a ilusao porterista do cluster – o cluster iberico automovel.

A estrategia, com alguns pontos meritorios, revela-se no seu conjunto um desastre e um erro. Foi-o porque nao conseguiu criar uma verdadeira alavanca de crescimento sustentado e duradouro – os resultados foram primarios e muito temporais, nada que uma outra qualquer industria com o mesmo tipo de aposta nao tivesse conseguido.
A aposta foi errada, e foi errada porque nao apostamos numa industria de verdadeiro valor acrescentado onde tivessemos o controlo critico do negocio e da sua tecnologia.
Ora, em bom portugues, foi nao fazer nada.
Os quadros que hoje podiam liderar mundialmente um verdadeiro cluster luso/iberico, com base na sua decada e meia de experiencia, veem –se frustrados, desiludidos e muitos sem esperanca.
Mas agora q vai fazer esta gente? Activos sem espirito empreendedor e com total aversao ao risco, habituados ‘a muleta do paizinho, sem conhecimento tecnico quando olham pra cima e muito caros quando olham pra baixo.
Qual sera o empresario/negocio, nacional ou internacional, que anda ‘a procura deste tipo de equipa?

Na boa tradicao tuga, a malta la’ acabara’ por se “safar” ….. no entanto, ja ia sendo tempo de se trabalhar a serio e acabar com tanta incompetencia; o pai’s nao pode continuar a dar-se ao “luxo” de perder quase duas decadas de trabalho, tempo, capital e principalmente oportunidade.


1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

devo-te um email com umas 100 páginas desde 30junho2006!!!
Beijinhos aí p'ó monte da capela!
Libai

8:36 PM  

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